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Delito de Opinião

O comentário da semana

Pedro Correia, 20.10.19

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«Cinjamo-nos aos factos e às circunstâncias, nada de confusões.

 

Castela acudiu à Catalunha primeiro porque... a Catalunha se revoltou. Portugal não. É o facto histórico. Que havia de fazer Castela depois em Dezembro em relação a Portugal se se já empenhara (como seria natural) em meios e forças naquilo que por fado da História se desenrolara no Verão? Transferir forças para Portugal? No século XVII? A pé e de carroça? Da Catalunha para o Alentejo?
No entretanto desguarneceria duas frentes.
É de rir.
Castela não teve escolha. Defendeu a Catalunha conforme a Catalunha se levantara. E Deus sabe com que dificuldade, pois se não fora tal, não houvera de vir procurar meios para estancar a revolta catalã em Portugal.
No fim, os factos são os factos, como já disse. Quem deu o corpo ao manifesto e perseverou foi quem ganhou: os portugueses.


Que gente é agora esta?
Vinte e oito anos de guerra feita por inteiro na nossa terra e o crédito havia de se dá-lo aos catalães?! A que propósito? Por que razão, se os próprios catalães se não empenharam além de procurar abrigar-se nas fraldas do rei de França? Não admira que ainda hoje se frustrem em não serem soberanos. Ha gente de ânimo e gente com ânimo de protectorado. — Há dois anos declararam independência a pedirem protecção não já ao rei de França, mas aos mandarins de Bruxelas (é por lá que anda o Puigkemon, não é verdade?!…) É a história a repetir-se. Revoltam-se contra a suserania castelhana na ânsia da protecção doutro potentado europeu. Que é lá isso?! E baterem-se quando dói...? Que independência esperam desta maneira? Os castelhanos demoraram agora, mas logo perceberam onde dói; tanto que lhe secaram a economia. Foi vê-los, aos catalães, ficarem tolhidos. Ora isso nunca conseguiriam os castelhanos, no século XVII, sobre Portugal: um bloqueio militar e económico. A retaguarda portuguesa eram vastas terras ultramarinas onde havia meios e gente portuguesa de ânimo. Os meios para subjugar a Catalunha eram bem menores e esses, melhor ou pior, Castela acabou por conseguir. No caso de Portugal, não.

 

Castela não teve margem de escolha, repito. Atalhou à Catalunha porque era o seu único problema primeiro e, a sua única opção depois. Só não entende quem não perca dez minutos a pensar no caso.

 

Mas isto tudo agora é assunto deles e de cretinos sem vagar de tentar pensar, como o Rui Tavares.
E talvez de maçónicos…
O nosso, de portugueses, ante ele, é (seria) não cairmos num logro. Algo se pode ou anda armar para escavacar o reino de Espanha e abrir caminho a uma federação de repúblicas ibéricas. Esse, sim, será o roer dos ossos do cadáver que Portugal já é. Já não há retaguarda ultramarina, lembremo-nos!»

 

Do nosso leitor Bic Laranja. A propósito deste meu texto.

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