O comentário da semana
«Tenho de acreditar nalguma coisa, exige-mo a minha racionalidade.
Não posso aceitar, como ser pensante que sou, que seja um acaso a justificação para o meu aparecimento neste mundo. Nem eu, nem a humanidade nem o universo.
Um acaso? E o que é um acaso? Um acaso é um argumento muito fácil para nos desembaraçarmos de perguntas incómodas. Foi o acaso e está feito.
Mas mesmo que fosse: vamos hipoteticamente aceitar esse acaso como a criação de tudo. E o que é? Quem tornou esse eventual acaso uma realidade criadora? De onde surgiu? Como se formou? De onde veio e apareceu?
Para mim, e unicamente para mim sem questionar nem contraditar opiniões contrárias, portanto para mim e para o que a estrutura da minha racionalidade diz, dado que do nada se obtém nada, então houve alguém ou alguma coisa que criou.
E só encontro uma explicação. Inteligência. Uma inteligência muito grande, imensa, de enormidade tremenda e infinita preenchendo todo o espaço cósmico, o nosso e aquele que não conhecemos.
Assim, em meu entendimento, faz algum sentido a religião quando diz que Deus (Inteligência) está aqui, está ali e em toda a parte.
E nós também fazemos parte dela porque, vá-se lá saber porquê, parte dessa inteligência, uma migalha como uma gota de água derramada nos oceanos, foi-nos concedida. Chamemos-lhe alma, ou espírito, como quisermos.
Volta a ter algum sentido para mim quando a igreja diz que Deus criou o homem à sua imagem e semelhança.
Não vejo muito bem para quê se só a utilizamos para destruir, e provavelmente seria muito melhor se fosse aplicada numa mosca ou numa barata, mas pronto. Foi assim e assim será.
Talvez para que possamos ser responsáveis pelos nosso actos. Deve ter sido. Ninguém pede responsabilidades a um gato que saltou e rasgou a cortina.
Isto é Deus para mim. Inteligência.»
Do nosso leitor Corvo. A propósito deste texto do João Campos.