O comentário da semana
«Porquê um dia estabelecido para os pais? Que define ou que propósito justifica? Amam-se mais as crias nesse dia, ou elas mais os progenitores?
No que particularmente me concerne, os outros não sei, a minha experiência enquanto pai foi a que a minha indelével mulher promulgou. Tanto para a família como para a prole.
Nos casos em que a minha participação opinativa se evidenciava por ignorância, ou brilhava por desnecessária, não falhava:
- Sai! Não te metas! Deixa as MINHAS filhas!
(Dia da mãe.)
Nos casos ligeiramente mais problemáticos, aí acertava em cheio:
- Estás à espera de quê? Mexe-te e vai lá resolver o assunto das TUAS filhas.
(Dia do pai.)
De resto não estou a ver muito bem qual a necessidade de um dia determinado para um ou outro progenitor.
E um domingo para dia do pai, como o Pedro preconiza, é que não vejo mesmo nada em que isso possa reforçar a relação entre progenitor e o rebentinho, e muito ao invés estou mais virado para a ruptura total.
Domingo há futebol e não estou a ver qual o pai neste país que, em seu perfeito juízo, o pretira a favor do empecilho que por ali ciranda a tagarelar como um papagaio.
"Logo hoje é que se lembrou de mandar para cá o cachopo. Raio de mulheres, nunca se pode contar com elas."
Portanto, domingo nunca. Se as mais das vezes a sintonia conjugal já se encontra meio periclitante, não vai agora o Pedro, dar-lhe o empurrão decisivo.»
Do nosso leitor Corvo. A propósito deste meu texto.

