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Delito de Opinião

O comentário da semana

Pedro Correia, 24.03.19

«Exclusão e rebaixamento do outro. Rebaixamento este tanto maior quanto maior for a veneração de um Passado, na maioria das vezes mítico, na maioria das vezes construido à custa do Outro. Aliás a união nacionalista sacrifica o futuro, raiz de toda a decrepitude, no altar do Passado, simbolo da imaculada virtude - venera-se um passado mítico e nunca verdadeiro. Daí o nacionalismo ser o regime da emoção irracional, da adoração fanática de símbolos, de mitos, de figuras irreais - o orgulho nacional provém mais de um Ser imaginado, morto, do que um Real, presente e vivo. O Nacionalismo nasce do Romantismo e como este tem sempre na Morte, no Sacrifício, no Martírio o seu leitmotiv.

Tem sido esse o grande problema português, pois verdadeiramente somos vincadamente nacionalistas pois grande e longo é o nosso Passado, a nossa história, em grande parte mítica, criada por romancistas e não historiadores. Habita ainda no nosso inconsciente colectivo o Portugal Imperial, que amargamente nos serve de comparação ao canto ibérico que somos. E daí advém o nosso insidioso mal-estar. Não sermos capazes de esquecer. Não sermos capazes de andar para a frente sem olhar para trás. Daí o tropeço.»

 

Do nosso leitor Pedro Vorph. A propósito deste texto do Diogo Noivo.

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