O cidadão protegido
Os meios de comunicação tratam tudo com incrível leveza e, atrás de uma cortina de embelezamento, escondem que o mundo está a correr para um conflito geral em larga escala. Na Ucrânia, continua o massacre e Kiev entrou na fase de desespero suicida. Há outro conflito volátil entre Irão e Israel, com planos delirantes de ataques preventivos e de vingança, a inevitabilidade de que mais tarde ou mais cedo haverá um choque violento entre as duas potências. Já estivemos mais longe do Apocalipse. Na melhor das hipóteses, teremos violência e instabilidade económica, mercados nervosos e líderes impotentes para travar o que começaram, talvez outra crise energética. O Ocidente está em apuros: as populações indignam-se com a desorientação das elites, que se recusam a compreender os motivos da contestação. O voto deixou de contar e a comunicação social prefere o pensamento mágico, enquanto o poder, que não consegue travar a inundação da realidade, procura proteger os cidadãos daquilo que classifica de "desinformação". A Comissão Europeia vai controlar as plataformas de internet através de multas e proibições, enquanto a justiça dos países europeus não hesitará em perseguir quem espalhar informações incómodas, mesmo que isso implique a detenção de magnatas das redes sociais.
imagem gerada por IA, Night Café