De Vento a 15.01.2014 às 12:12
Assunção Cristas e outros tantos betinhos ou "cocós" do CDS e do PSD ainda não entenderam nada de nada desta merda sobre o sistema de pensões vigente (o que eles querem é entregar mais um subsídio de inserção social - RSI - a uma qualquer empresa seguradora privada. Ainda não bastam as PPP´s iniciadas por Cavaco).
Dizem estes betinhos e/ou "cocós", armados ao pingardelho intelectual, que o sistema de pensões não se insere num esquema de capitalização, e que as pessoas não descontam para a sua pensão, dizendo que são as actuais gerações que pagam as pensões das anteriores.
Mas eu quero demonstrar a estes "papagaios" que o dinheiro então entregue pelas gerações que hoje recebem pensões são uma forma de capitalização directa e indirecta.
E isto constata-se numa equação muito simples:
As gerações que hoje usufruem de pensões e/ou reformas são precisamente aquelas que ao entregarem o seu dinheiro para o estado financiavam os ESTUDOS, a SAÚDE, a CULTURA, os TRANSPORTES e outras coisas mais que as gerações actuais também usufruíam e ainda usufruem.
Significa isto que a dita solidariedade inter-geracional é um sistema de capitalização na medida em que ao colocar nas mãos os instrumentos de inserção social e profissional destes papagaiozinhos estão obviamente a investir e capitalizar colocando nas mãos desta gente a foice, a enxada e ou o tractor que deve lavrar o alimento que antes lhes foi proporcionado.
Claro está que, também em nome de uma caridadezinha herdade de uma falsa catequese, ãlguns destes meus irmãos e irmãs católic(o)as, mas contraditoriamente pouco universais, debitam palavritas sobre a protecção aos mais frágeis. Contudo, curiosamente, nunca estes se tornam fortes e, para manter o sistema, semeiam ainda mais fragilidade. Curiosamente também, estes semeiam a parábola da multiplicação, mas desta feita das pedras.
Mas não desejando ficar por aqui, aquilo que eles transformam em pedras, que devia ser o alimento de todos, milagrosamente ostenta-se, e dá-se notícia disto mesmo, num banquete que tem como meta leitões.
É óbvio, e se me é permitido avançar para o lado daqueles outros cristãos que incidem sobre o crime e castigo nas suas atitudes sociais e particulares, que posso concluir, tal como autor do post conclui e muito bem, que ninguém pode optar por um crime e recusar a pena.
De Alexandre Carvalho da Silveira a 15.01.2014 às 14:39
Equações leva-as o vento. A educação (OS ESTUDOS), a SAÚDE, e os TRANSPORTES, são alguns dos responsáveis pelo superendividamento do estado, portanto não foram pagos com os descontos dos pensionistas da CGA, têm sido sustentados por divida publica. Como é que descontos de 5 e 7% ao longo da maior parte da vida contributiva dos pensionistas da CGA cabem na sua equação para pagar pensões iguais, e muitas vezes superiores, ao último salário?
A solidariedade inter-geracional significa apenas que os seus filhos, se os tiver, sustentam a sua reforma, mas não vão ter quem sustente as deles, portanto andarão uma vida inteira a descontar, e no fim recebem népias. Bela solidariedade: quem vier atrás que "apague a luz e feche a porta".
De Vento a 15.01.2014 às 22:47
E também regressam com o vento. Meu caro Alexandre, se possuirmos uma empresa onde um sector aparentemente deficitário gera negócios e bem estar no todo desta empresa diz a regra do bom-senso que a "performance" geral subsidia o sector deficitário e que a roda mantém-se em movimento. É bem certo que todos sabemos que a roda anda por toda a parte, e que o eixo, sendo essencial, a acompanha.
Não passará pela cabeça de alguém que pelo facto do eixo não executar as mesmas tarefas da roda este seja quebrado.
Exemplo: Algures um conhecido empresário possuía uma empresa de venda de automóveis e, integrado nesta empresa, um sector de peças e outro de manutenção (oficina). No sector de venda de viaturas ele sacrificava margens e até mesmo o lucro, mas as perdas neste departamento eram compensadas pela venda de peças e da manutenção (oficina) prestada no futuro. Com esta filosofia empresarial, ele não só mantinha uma excelente "performance" comercial e financeira como mantinha também os empregos (vendedores, administrativos, mecânicos, gestores, contabilistas etc.) e gerava também riqueza a todos os outros seus fornecedores.
Se tivermos em conta uma outra empresa que invista em I & D para introduzir seus produtos e serviços no mercado concluiremos que um sector aparentemente deficitário (disse deficitário e não dispensável) gera enormes receitas e bem-estar.
É o que acontece com a manutenção de um sistema público de ensino, onde a manutenção de professores e a subsidiação de alunos são absolutamente indispensáveis para uma boa performance social e económica, sem esquecer que a existência deste sector gera outras tantas receitas e postos de trabalho a todos os fornecedores e/ou prestadores de serviços neste sector.
Poderia, certamente, apresentar-lhe outras equações em torno da saúde e dos transportes, mas não quero com mais exemplos ferir a sua inteligência e capacidade de discernimento.
Restando-me somente perguntar-lhe se já equacionou alguma vez a rentabilidade e produtividade gerada por sectores aparentemente deficitários (????).
Sobre os pensionistas, devo dizer-lhe que as fórmulas e argumentos que vão apresentando em torno desta questão são fudamentalmente erradas e intelectualmente pouco sérias. Razão pela qual mantenho as afirmações que produzi. E provo-as, afirmando que mesmo com dívida pública a sustentar esta é paga por todos quantos a suportam, e as gerações presentes, durante o período em que não contribuiam para o estado e para o rendimento de suas famílias, eram suportados por todos estes (solidariedade inter-geracional).
Mas eu sei onde está a dívida desnecessária: 16 mil milhões em PPP´s, 26 mil milhões em títulos de dívida adquirida internamente pela banca (sem contar com os externos, e que é uma forma de subsidiação de sectores que caminhavam para o precípicio - leia com a atenção aqui: http://expresso.sapo.pt/mecanismo-de-reestruturacao-de-divida-e-prioridade=f850269 ), um serviço de saúde privado sustentado por funcionários públicos (incluindo os pensionistas e/ou reformados) onde incluo todos os que prestam um serviço público (incluindo militares), com desvio de receitas e recursos útil para o sector público de saúde, a perda de receitas pela alienação de empresas públicas rentáveis (e hoje muitos andam de olho na CP Cargo, outra empresa pública) etc. etc. etc.
Em suma, caro Alexandre, a dívida que hoje possuímos deve-se fundamentalmente a um desequílibrio social e económico com balança favorável a grupos privados e não às populações.
E se eu tivesse em conta o disparate da afirmação de Passos Coelho e de outros homólogos por esta Europa, eu entenderia que a "democratização da economia" passaria por readquirir o tal EIXO que acima escrevi e que foi entregue, juntamente com a RODA, a quem de empreendedor só tem aquilo que lhe é dado com sacrifício de muitos, e nada conseguido.
Os pensionistas e reformados, públicos e privados, sustentam o que devia ser o estado social, aquele que socializa ganhos e perdas e não o que hoje socializa perdas e privatiza lucros.
Por último, meu caro Alexandre, creio que ainda não se deu conta do fumo que anda pelo mundo. Se acredita, peça a Deus que nos ajude a não ver e a evitar o fogo que muitos desejam, aproveitando-se do descontentamento que semeiam.
De Alexandre Carvalho da Silveira a 16.01.2014 às 16:09
Quando o caro Vento fala de solidariedade inter-geracional para que os reformados actuais recebam as reformas que recebem, está a reconhecer que eles, principalmente os reformados da função publica, não fizeram ao longo das suas vidas contributivas descontos que as justifiquem. Nesse caso, o critério dos ultimos vencimentos como cálculo das pensões a receber não tem razão de ser, e essas pensões teriam de ser uniformizadas, como a segurança social faz com os reformados que nunca descontaram, ou descontaram muito pouco. Não se pode é ter sol na eira e chuva no nabal, e Portugal deve ser o único país da Europa, onde (alguns) se defende a solidariedade inter-geracional para efeitos de pagamento de reformas.
O resto do que escreveu são as suas opiniões e estados de espírito, que eu nunca me atreveria a contraditar.