O candidato.
Depois de ter ouvido Passos Coelho dizer que um dos motivos da sua deslocação ao Sri Lanka foi reconhecer o trabalho extraordinário da AMI, tive a certeza que isso significava da sua parte uma manifestação de apoio para Fernando Nobre também se candidatar às presidenciais. Mais uma vez Passos Coelho insiste na estratégia TMMRS (Todos Menos Marcelo Rebelo de Sousa), e não pára de lançar sinais de abertura para todos os candidatos e mais alguns que o possam impedir de ver Marcelo em Belém. Só que escusava de se deslocar ao Sri Lanka para esse efeito, num gasto desnecessário para os contribuintes. Uma simples declaração pública de apoio em qualquer lugar do Portugal profundo, que depois do seu governo está hoje em dia tão necessitado da AMI como o Sri Lanka, chegaria.
Como não poderia deixar de ser, Fernando Nobre respondeu prontamente ao apoio de Passos Coelho. O homem que em tempos tinha dito que se não lhe dessem um tiro na cabeça iria para Belém, acaba de declarar que está vivo, não tem 100 anos, e portanto vai para Belém. Depois de Santana Lopes no sábado, agora com o avanço de Fernando Nobre, já temos assim dois candidatos presidenciais na mesma semana, ambos carinhosamente apoiados por Passos Coelho. Não há dúvida de que estas presidenciais prometem.
Entretanto, para aumentar a confusão, Passos Coelho acaba de declarar que espera que os candidatos se assumam, não exclui que possa surgir mais do que um à direita, e propõe que o PSD fique à espera um ano sem decidir quem apoia. A este ritmo, daqui a um ano já teremos perdido a conta aos inúmeros candidatos presidenciais do PSD. Será que a estratégia TMMRS também passa por deixar António Guterres chegar a presidente?