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Delito de Opinião

O bocejo das europeias.

Luís Menezes Leitão, 13.02.19

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A capacidade de renovação da nossa classe política é demonstrada pelas listas ao Parlamento Europeu.

O PSD apresenta novamente como cabeça-de-lista Paulo Rangel, repetindo o mesmo candidato de 2009 e 2014. Para que a lista tenha algum sangue novo é-lhe acrescentado Mota Amaral, um neófito nestas andanças, embora tenha tido a experiência de ter integrado o Parlamento nacional desde a ala liberal de Marcello Caetano. O CDS apresenta outra vez Nuno Melo, como já tinha apresentado em 2009 e 2014. Quanto ao PCP e ao Bloco reincidem respectivamente em João Ferreira e Marisa Matias, que já tinham sido cabeças-de-lista em 2014, mas que estão no Parlamento Europeu desde 2009. Como o cargo de deputado europeu não deve exigir muito tempo, ainda tiveram possibilidade de, durante este mandato, se candidatarem a outras eleições, Marisa Matias à Presidência da República, e João Ferreira à Câmara Municipal de Lisboa. Este último, aliás, consegue a proeza de acumular o cargo de deputado europeu em Bruxelas e Estraburgo com o de vereador em Lisboa, demonstrando a facilidade com que se podem exercer em simultâneo dois cargos públicos com 2000 km de distância entre eles.

O único partido a efectuar uma renovação das suas listas é o PS, mas bem se compreende porquê. António Costa não perdoa a qualquer desalinhado e Francisco Assis, por muito tímidas que tenham sido as suas divergências,  não se mostrou apoiante da geringonça montada pelo querido líder. É por isso o único a receber guia de marcha de volta à paróquia.

De qualquer forma o povo português já sabe para que é que servem as eleições europeias. Destinam-se a eleger 21 deputados, que irão regiamente pagos para um parlamento com poderes extremamente reduzidos e onde raramente estão. É natural por isso que as listas se mantenham imutáveis, pois deve haver muitos poucos candidatos para tão grande sacrifício. Daqui resulta que as europeias vão ser um bocejo monumental para os portugueses.

2 comentários

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    Anónimo 13.02.2019

    Importa-se de desenvolver?
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