O bater de asas de uma borboleta
Há dias, numa conversa de restaurante, foi assunto as agitadas reivindicações dos Bombeiros. Antes deles, no início do ano, tinham sido os polícias da PSP e GNR. Colocando de lado a justeza dessas reivindicações, é interessante seguir o fio do tempo até chegar ao bater de asas da borboleta que causou toda esta cadeia de protestos e exigências. E tudo isto surgiu em sequência da distribuição dos efectivos do SEF, após a sua extinção, pela PJ e pelos demais organismos, então criados, e da equiparação de salários que isso originou.
Sempre me pareceu que a morte de Ihor Homeniuk, o ucraniano espancado até à morte pelos agentes do SEF no aeroporto de Lisboa a 12 de Março de 2020, sendo um acto gravíssimo, era um crime com enquadramento jurídico bem definido e, como tal, os envolvidos deveriam ser julgados em conformidade. Extinguir um órgão de soberania do estado, criando o caos que agora se sabe que disso resultou, soava a qualquer coisa de exagero que até fazia lembrar aquele dito do "um e um são dois, não são onze". Teria da haver mais qualquer coisa que não era do conhecimento público. O que é que António Costa e Eduardo Cabrita nos estariam a ocultar?
Ontem a manchete do JN levantou um pouco do véu ao mistério. Será que as revelações irão ficar por aqui?