O ataque ao Irão.
Tenho idade suficiente para me lembrar da fuga precipitada do Xá do Irão em Janeiro de 1979 com uma revolução islâmica a explodir no país, que logo a seguir assistiu a uma tomada de reféns na Embaixada dos EUA, um verdadeiro acto de guerra e uma humilhação para a América, que levou à não reeleição de Carter.
Não me espanta por isso que, na sua imensa vaidade, Trump queira agora vingar a humilhação então sofrida e ajustar contas com o Irão, derrubando o seu regime.
Não acredito, porém, em qualquer regresso da monarquia ao Irão. Como disse a Rainha D. Amélia a D. Manuel II, quando a família real portuguesa partiu da Ericeira, do exílio não se regressa. Na verdade, mais valia a família real iraniana ter adoptado em 1979 a posição da Imperatriz Teodora, que disse ao Imperador Justiniano, que pretendia fugir perante uma revolta que então grassava no Império Bizantino: "a púrpura (o manto dos Imperadores) é uma linda mortalha".