Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Delito de Opinião

O abismo grego

Pedro Correia, 01.07.15

alexis-tsipras-yanis-varoufakis[2].jpg

A irresponsabilidade, o experimentalismo extremo e a navegação à vista estão a debilitar de forma irreversível o Governo grego: com o país ainda formalmente inserido na União Europeia, a coligação Syriza-Anel conseguiu rebaixá-lo ao nível de um Sudão ou um Zimbábue, que também falharam o cumprimento das suas obrigações financeiras.

Os bancos gregos estão encerrados. E a população deixou de dispor sequer da liberdade de utilizar o seu dinheiro devido à proibição governamental de levantamentos diários superiores a 60 euros nas caixas multibanco, aliás em grande parte já descapitalizadas.

Se a situação era má quando o actual executivo tomou posse, em Janeiro, agora é péssima: a Grécia prossegue no caminho para o abismo enquanto alguns basbaques cá do burgo - cada vez menos, valha a verdade - ainda se atrevem a vitoriar Tsipras e Varoufakis, condutores de um comboio desgovernado.

Incapaz de conseguir financiamento autónomo, sem o menor prestígio internacional e com as suas próprias hostes divididas, o ainda primeiro-ministro grego ensaia agora uma nova fuga em frente levando a referendo no domingo uma pergunta que se tornou absurda: «Deverá ser aceite o projecto de acordo que foi apresentado pela Comissão Europeia, pelo Banco Central Europeu e pelo Fundo Monetário Internacional no Eurogrupo em 25 de Junho?»

O "projecto de acordo" a que a pergunta alude caducou assim que Atenas entrou em incumprimento. De qualquer modo, responda como responder o eleitorado, resta ver até que ponto Tsipras e Varoufakis serão capazes de ultrapassar o assombroso nível de incompetência que vêm demonstrando.

Nisso, pelo menos, ninguém deve subestimá-los.

174 comentários

Comentar post