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Delito de Opinião

Notícias da frente ("Reporting From the Front")

Tiago Mota Saraiva, 19.12.15

Este é o tema que o curador da Bienal de Arquitectura de Veneza de 2016, o chileno Alejandro Aravena, escolheu para a próxima edição que acontecerá entre Maio e Novembro do próximo ano. No documento em que caracteriza o que pretende que seja a Bienal, Aravena escreve que "Mais e mais pessoas no planeta procuram um lugar decente para viver e as condições para alcançá-lo estão cada vez mais difíceis.(..) Mas ao contrário de guerras militares, onde ninguém ganha e onde há um sentimento predominante de derrota, na linha de frente do ambiente construído há uma sensação de vitalidade, porque a arquitectura consiste em olhar para a realidade com uma proposta." (aqui pode ler-se uma explicação mais detalhada),
Entretanto, cada país posiciona-se neste importantíssimo debate. Shumi Bose, Jack Self e Finn Williams, curadores da representação britânica, propõe-se reflectir sobre as mudanças que podem vir a dar-se na forma de desenhar o espaço doméstico. O DAM será responsável pela representação alemã, afirmando a Alemanha como um país de acolhimento discutindo a questão dos refugiados. Como se pode ver nas notícias da Archdaily, cada país vai anunciando os seus curadores e representações oficiais afirmando a sua identidade e contribuindo para uma Bienal de expectativas elevadas. 
Em Portugal, a cinco meses do início da Bienal, ainda não há fumo branco. Num momento em que as condições sociais e políticas do país foram devastadas por anos de políticas de austeridade, a representação de Portugal estará sob olhar atento do mundo inteiro. Espera-se que não se regresse ao modelo caduco de uma representação monográfica de arquitecto, ou daquilo que se entendeu chamar como "arquitectura portuguesa", abdicando-se de posicionar o país nas discussões da linha da frente.

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