No reino da redundância
O excesso de zelo na correcção política, com receio daquilo que as falanges mais extremistas possam verter nas redes insociais, gera situações destas, ao nível da linguagem: após "prisioneiras" (palavra cujo género gramatical é inequívoco) surge hoje a ingente necessidade de acrescentar "do sexo feminino".
Como se o termo anterior permitisse outra opção.
Caímos no reino da redundância. Não porque quem escreve ou quem traduz ou quem edita (neste caso a tradutora e a chancela editorial têm inequívoco mérito), mas porque as patrulhas ideológicas andam cada vez mais vigilantes e não permitem qualquer fuga à norma.
Aliás, não permitem sequer o recurso à norma.
Como este caso, por absurdo, apenas confirma.