No museu Botero
De Portugal enviam-me novas de uma polémica sobre condecorações às mulheres dos presidentes da república que nos visitam. A presidência já se veio explicar, num texto pungente: pois na justificação confunde a atribuição de condecorações a rainhas e príncipes consortes às atribuídas a cônjuges de presidentes. Ou seja, resmungo eu, temos um presidente e seu gabinete que não percebem a diferença entre república e monarquia. Entendam os distraídos: ao receber-se um casal real é absolutamente curial condecorar ambos, pois os dois têm estatuto político no seu ordenamento monárquico, ao receber-se um presidente da república é totalmente descabido condecorar o seu cônjuge, pois este não tem estatuto político no seu ordenamento republicano. Enfim, minudências dirão, mas bem demonstrativas da superficialidade reinante. Aliás, presidencial.
Mas é um breve resmungo meu, mais lesto do que me levou a escrever isto. Desligo o WhatsApp, sorvo a tisana de coca, saio da esplanada e entro no belíssimo Museu Botero. E logo dou com esta "Primeira Dama" - e sai-me uma gargalhada, sonora. Pois que melhor resposta àqueles dislates lisboetas?