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Delito de Opinião

No more Miss Barbie Girl

Maria Dulce Fernandes, 19.08.22

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Para além do cientificamente explicado, falar sobre a nossa idade não é fácil, porque para o ser humano existe um sem número de sub-idades em que se subdividem as quatro idades biológicas principais, como por exemplo a Idade Cronológica, a Idade que Aparenta, a Idade do Corpo, a Idade do Espírito, etc. que normalmente não se conjugam bem entre si. É frequente ouvir interjeições de exclamação quando uma senhora desvenda a sua Idade Cronológica, imediatamente explicadas pela Idade que Aparenta, ou comentar a notícia de que uma avozinha octogenária encarquilhada saltou de pára-quedas, denotando a sua juventude de espírito.
Para a maior parte das pessoas, envelhecer é uma tragédia: acarreta um catálogo de maleitas, tira-nos cor, acrescenta-nos peso e amarrota-nos o corpo.
A sigla PDI é a explicação para os esquecimentos, as dores, o embaciamento da visão, o cansaço, enfim, o stress.

Tempus Fugit... não há como travá-lo. O tempo é implacável  no seu percurso e resta-nos aceitá-lo com elegância e fair play, umas vezes sem batota, mas muitas outras haverá em que a trapaça é flagrante, começa no hidratante, passa pelo anti-rugas, pelo botox e termina sob o bisturi de uma qualquer celebridade plastificadora.

É fundamental que, aparências à parte,  o cérebro, mesmo estando acondicionado na carroçaria  dum Fiat 600 saído dum salvado de ferro-velho, tenha o motor dum Fórmula 1 para que o espírito se mantenha jovem e turbulento e assim podermos afrontar as idades e sub-idades bem de frente e encará-las como estados de espírito.
 
Os humanos são estranhos e curiosamente contraditórios: quando são jovens, anseiam crescer rapidamente e ser mais velhos; quando velhos, o que não dariam para poder retroceder uma decadazinha?
A palavra velho passa a fazer parte do nosso dia a dia, porque passamos a ser os "velhos" de alguém, mas curiosamente as senhoras são muito mais predispostas a assumir a situação do que os homens. Metrossexuais à parte, os homens usam menos artificialismos, é um facto, mas são muito mais renitentes em aceitar a velhice como uma  realidade.
Será que importa ser uma Forever Barbie? Ou será que o que importa verdadeiramente é ser um dinossauro, quando a pegada que deixamos é a da sabedoria de todas as idades?
Olhem que não. A idade não importa quando o espírito é jovem e dinamizador. Não importa nem um poucochinho.

(Imagem Google)
 

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