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Delito de Opinião

Natal

jpt, 27.12.21

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(Postal para o meu mural de facebook)

Eu sou ateu, nisso um cristão cultural. Mas fui fraco leitor do (nosso) Livro e nunca o estudei, nem à sua exegese. Ainda assim sei que não é preciso ser qual franciscano para se ser bom cristão e que aquilo da renúncia é algo que foi dito como problemático. Bem como da inexistência de qualquer contradição entre o júbilo do Advento e a sua publicitação, numa festividade pessoal, interior, ou colectiva, pública. Mesmo assim há algo que me confunde, e cada vez mais com a idade o sinto: este é um ritual de esperança, de renovação. Nisso de afirmação da incompletude própria, da vontade de ascensão, do seu rogar. E isso nada a tem a ver com todas e tantas estas imagens nas redes sociais, pejadas do pecado da soberba, as mesas fartas, as famílias amorosas e alegres, as viagens magníficas, as casas bem-postas, sei lá mais o quê. Não é um "consumismo" que me afronta, isso que lhes faça bom proveito. É mesmo essa satisfação que patenteiam, as almas fartas, roliças até. Se esta gente vai tão feliz para que precisa do Natal? Para mim, o tal ateu, esta é a época da tal esperança, a de vir a ter tabaco e mortalhas para dar uso a estes filtros. E que nunca me falte o lume. Apenas isso. E acho que vou muito mais cristão que todos estes festivos lampeiros. Crentes.

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