Mundial no sofá (11)
Brasil 2 - 1 Colômbia
Lamento imenso a lesão de Neymar: porque é relativamente grave, porque nos priva de um dos melhores (e mais excitantes) jogadores do mundo e porque desvia a atenção do resto do jogo. A falta foi dura e faltou o amarelo para Zuñiga, sem qualquer dúvida. Também não foi pior (se bem que sem dúvida mais azarada) que muitas que sofreu James Rodriguez. Fernandinho, especialmente, descobriu a forma para fazer faltas repetidamente sem ver o amarelo. Poderia ter visto uns 3. Dois por fazer faltas repetidamente e outro por uma falta duríssima sobre James Rodriguez que só por sorte não o deixou a ele lesionado. Thiago Silva foi outro a quem foi poupada uma expulsão, dado que fez uma falta que tinha que dar amarelo ainda antes daquela asneirada com Ospina.
E repetiu-se o que eu tinha esperado. A táctica de Scolari do ponto de vista defensivo foi fazer faltas sobre Rodriguez e vigiar Cuadrado de perto. Este, sem o serviço de Rodriguez, torna-se muito menos influente. Espantou-me que Pekerman tivesse esperado tanto tempo para fazer entrar Quintero quando este poderia ter libertado Rodriguez de tanta atenção brasileira (ou beneficiado dela). Foi pena isto, porque pela primeira vez neste mundial Scolari decidiu atacar. E fê-lo pelo caminho mais simples: deixou de enfiar Óscar no flanco e este passou a exercer muito mais influência no jogo. A entrada de Maicon também foi decisiva para isto (Óscar deixou de ter de passar o tempo a servir de pronto-socorro a Daniel Alves), além disso ofereceu um duelo fabuloso: Maicon-Armero.
No geral o Brasil conseguiu ser melhor, embora com enorme ajuda da arbitragem (como tem sido norma neste mundial). Sem Neymar, fica por saber se Scolari regressa ao que conhece (porrada neles) ou opta por arriscar, deixando Fred no banco e fazendo entrar Bernard e Willian, deixando Hulk como ponta de lança móvel. Gostaria imenso de ver esta alternativa, mas bem posso esperar sentado - no sofá.
Alemanha 1 - 0 França
Löw surpreendeu-me. Não esperava que decidisse colocar Lahm à direita e fizesse entrar Khedira. Fazendo-o ajudou a neutralizar o meio campo francês e reduziu as possibilidades de ataque pela esquerda francesa. Com a entrada de Griezmann Deschamps fez um favor aos alemães. Griezmann foi constantemente batido em força e experiência pelos alemães e Valbuena ficou dividido entre andar pela esquerda para o ajudar ou ir para a direita para dar equilíbrio à equipa. Não optar por Sissoko, especialmente ao longo do jogo, tornou-se ainda mais estranho considerando que a Alemanha mantinha apenas Özil e Höwedes no lado esquerdo. Esta opção era também estranha uma vez que Klose alinhava a ponta de lança e precisa de serviço, especialmente a partir das alas, para ser efectivo.
O resultado foi um jogo pouco interessante. A Alemanha era forte no flanco onde a França era fraca. A França não aproveitava o flanco onde a Alemanha poderia ser atacada. Sempre que Valbuena descaía para a direita, o resultado é que a França ficava sem elemento de ligação entre meio campo e ataque. Na batalha do meio campo, a qualidade e versatilidade do trio de Kroos, Khedira e Schweinsteiger acabava por fazer a diferença perante Cabaye, Pogba e Matuidi.
No fim, um simples golo de bola parada bastou para fazer a diferença. Depois disso houve simples equilíbrio. Um jogo aborrecido e uma vitória merecida da Alemanha que marca assim encontro com o Brasil.
Holanda 0 - 0 Costa Rica
O jogo mais desequilibrado dos quartos de final acabou por ser o único que foi a penalties. A Holanda avançou para um sistema de 4-3-3, sabendo que a Costa Rica apresentava pouco perigo no meio campo e canalizava o seu jogo pelos flancos através dos laterais ofensivos Gamboa e Díaz. Optando por alas clássicos, van Gaal obrigou-os a ficarem em posições mais defensivas e reduzia a ameaça ofensiva costa-riquenha. A única solução passava por bolas longas para Joel Campbell e Bryan Ruiz, as quais eram facilmente defendidas pelos centrais holandeses.
No ataque, os holandeses foram aproveitando a defesa alta costa-riquenha e colocando imensas bolas nas costas para Depay e van Persie. Na segunda parte a defesa costa-riquenha acertou com o timing de subida e usou melhor a armadilha do fora de jogo. Não fossem no entanto os muitos falhanços de van Persie e a exibição de Navas e o jogo teria acabado por volta dos 65 minutos da segunda parte.
Os costa-riquenhos, no entanto, souberam manter a calma, defender heroicamente a acabaram por merecer a ida aos penalties. Aqui eu esperava que a confiança costa-riquenha levasse a melhr perante a frustração holandesa, mas uma combinação de excelentes penalties e do trabalho de Tim Krul deu a passagem aos holandeses. Vale a pena realçar a decisão de van Gaal em colocar Krul para os penalties. Krul é um especialista e a decisão deu também confiança aos marcadores holandeses. Funcionou e van Gaal cimentou ainda mais a sua aura de melhor treinador e táctico deste mundial.
Argentina 1 - 0 Bélgica
Tive pena pelos belgas, mas não segui decentemente o jogo, por isso não o comentarei. Fora isso, estou curioso por ver o jogo com a Argentina.