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Delito de Opinião

Motivo de orgulho

Pedro Correia, 08.10.14

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 Foto Daniel Rocha/Público

 

António José Seguro Seguro renunciou hoje ao lugar de deputado na Assembleia da República depois de ter decidido sair do Conselho de Estado. Tudo em consequência da recente eleição interna em que saiu derrotado.

Abandona a cena política amargurado, certamente. Mas tem desde logo um motivo para se orgulhar: lega ao PS o mais concorrido processo de participação eleitoral de que há memória numa força política portuguesa, alargando a escolha do líder (embora erradamente, a meu ver, designada de "candidatura a primeiro-ministro") a militantes sem quotas em dia e a cidadãos sem filiação partidária.

Este processo, em que se inscreveram 150 mil pessoas, torna-se a partir de agora não apenas património do PS como do conjunto da política nacional. Algo apenas semelhante ao já ocorrido no Partido Socialista Francês nas primárias de 2011, que mobilizaram quase três milhões de eleitores e serviram de trampolim para a chegada de François Hollande ao Palácio do Eliseu um ano depois, e nas primárias de 2013 do Partido Democrático italiano, ganhas pelo actual chefe do Governo, Matteo Renzi.

Nem o Partido Socialista Operário Espanhol, na sua campanha interna do Verão passado, foi tão longe.
Bastaria isto para ficar como marca positiva do mandato de Seguro no Largo do Rato. Estou convencido, aliás, que os restantes partidos em Portugal caminharão inevitavelmente na mesma direcção: precisam de abrir-se à sociedade, não podem continuar fechados sobre si mesmos. A começar pelo PSD.

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