Mnemosyne
Na semana passada assinalou-se o terceiro aniversário do referendo onde uma parte importante do eleitorado grego deu um cartão vermelho à austeridade e recusou a “escravatura” da dívida. Tendo esta efeméride como pano de fundo, Zoe Konstantopoulou, ex-Presidente do Parlamento grego e antiga militante do Syriza, publicou um artigo de opinião no jornal britânico The Guardian onde faz a revisão da matéria dada. Eis as passagens dignas de antologia:
“Pense como o povo britânico olharia para um primeiro-ministro eleito com o intuito de acabar com as privatizações e que, em vez disso, privatizou quase todos os bens públicos; que foi eleito para servir a paz e que, em vez disso, facilitou a acção militar contra alvos na Síria e concordou com a venda de armas a países acusados de crimes internacionais; que foi eleito para proteger as casas das pessoas, e que ficou parado enquanto os bancos se apoderavam delas, deixando as pessoas sem abrigo; que foi eleito para servir a democracia e a independência do seu país e que, em vez disso, o entregou à UE, ao FMI e ao BCE. Isto foi o que Tsipras fez ao povo grego.”
“A vida tornou-se insuportável. O desemprego dos jovens é a norma e estima-se que 8% da população abandonou o país em busca de trabalho. O salário mínimo não paga as contas e centenas de milhares de famílias ficaram sem eletricidade”.
“Tsipras prometeu destruir os oligarcas da comunicação social. Hoje, os velhos oligarcas ainda controlam a imprensa grega, enquanto uma nova geração, os “oligarcas da era Tsipras”, se estabeleceram”.
“Em outubro do ano passado, representando um estado falido, ele [Tsipras] gastou 2,4 mil milhões de dólares na compra de caças F-16 aos EUA. Elogiou Donald Trump por continuar a “tradição de democracia e liberdade” que nasceu na Grécia.”