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Delito de Opinião

Mais inseguros e menos livres

Pedro Correia, 11.09.17

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Dezasseis anos depois, a tragédia continua.

Pelo menos mil pessoas já morreram por efeitos secundários dos atentados, nomeadamente a inalação de poeiras e cinzas tóxicas. Outras duas mil terão provavelmente idêntico destino num prazo máximo de cinco anos. E só 1641 despojos mortais das 2753 pessoas assassinadas a 11 de Setembro de 2001 em Nova Iorque foram devidamente identificados: cerca de 40% dos cadáveres nunca foram resgatados.

 

Foi um dia concreto, não uma data abstracta. Por isso quantos o vivemos nos lembramos bem onde estávamos e o que sentimos quanto tudo aconteceu.

Falo por mim: nunca mais conseguirei esquecê-lo. As vidas de muitos de nós mudaram naquela terça-feira. Todos recordamos as emoções que nos assaltaram, a profunda angústia ao observar aquelas imagens terríficas, a impotência perante o terror.

Os atentados quase simultâneos nas Torres Gémeas, no Pentágono e no voo 93 que se despenhou na Pensilvânia tiveram o impacto de uma revolução. Algo de nós ficou ali para sempre, fixado nas imagens daqueles condenados sem remissão.

Cada um deles podia ser qualquer de nós.

 

Depois do 11 de Setembro nada voltou a ser como dantes. É uma data que traça uma linha fronteiriça na história universal: o terror inscrito nos mais banais gestos do nosso quotidiano. Com alguns direitos fundamentais a cederem contínuo terreno de então para cá.

Entre a liberdade e a segurança, a esmagadora maioria das pessoas prefere hoje a segurança. Compreende-se, de algum modo: é o instinto de preservação da espécie a funcionar.

Mas ficámos com o pior de dois mundos: nos últimos dezasseis anos tornámo-nos muito mais inseguros e muito menos livres.

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