Lotação esgotada
Cheguei há pouco do cinema - os bilhetes a dois euros e meio da Festa do Cinema (iniciativa dos dias 11, 12 e 13 de Maio) são convidativos, e aproveitei o pretexto para ir ver Ex-Machina, a estreia do argumentista Alex Garland como realizador (verdade seja dita, estaria disposto a pagar os cinco ou seis euros do costume para ver o filme, e não me sentiria defraudado: será provavelmente o melhor filme de ficção científica do ano). E não fui o único a aproveitar: a sala 4 do El Corte Inglés de Lisboa estava esgotada. Isto numa noite de Terça-feira, sem feriados à vista, para ver um filme relativamente pouco publicitado (na sua terceira semana de exibição) de um realizador desconhecido para quem não tenha algum conhecimento do género e com um elenco onde só talvez Oscar Isaac possa ser verdadeiramente famoso. Não se trata de um Avengers, de um Fast & Furious ou de outro qualquer blockbuster de acção feito para bater recordes de bilheteira nos mercados internacionais, mas de um filme alternativo. A encher uma sala 21 dias após a sua estreia. Há anos que ouço falar na crise dos cinemas, na falta de público, na fraca bilheteira para praticamente todos os filmes que não sejam as grandes produções norte-americanas, e nos mais variados bodes expiatórios (a pirataria costuma ser o mais frequente, e é com igual frequência um tiro ao lado). Vai na volta, e o preço dos bilhetes até tem alguma coisa que ver com o caso.