Livre condiciona a liberdade
Foto Expresso
Paradoxos da política portuguesa: um partido chamado Livre faz tudo para condicionar a liberdade de expressão e de actuação do único representante que tem no Parlamento. Que é mulher e afrodescendente.
Este partido intitula-se feminista e anti-racista. E livre, como a sua sigla proclama. Mas vem praticando um inaceitável assédio moral à sua deputada. Começou por afastá-la da extensa lista de 68 membros dos órgãos nacionais, que serão eleitos no congresso a realizar este fim de semana. E prepara-se para votar uma moção que pretende forçá-la a renunciar ao lugar para que foi eleita por sufrágio universal apenas há três meses.
Caso para perguntar se o núcleo duro que gere o Livre agiria da mesma forma se ela fosse ele. E se tivesse menos melanina a colorir-lhe a pele.
Daqui presto, portanto, a minha solidariedade a Joacine Katar Moreira.