Leituras
«Filipe II herdava um território multicontinental onde o Sol, diziam, não conseguia entrar no ocaso. Quem se apagava por vezes era o Tesouro. Em 1596, ainda no tempo do seu pai, a Fazenda tinha entrado em bancarrota, precisamente no período de maior afluxo do ouro e da prata das Américas. Em Fevereiro de 1601 o vice-rei de Portugal, Cristóvão de Moura, escrevia ao monarca que só tinha dinheiro para 50 dias, que há muito se não pagavam as tenças da Casa Real, que os soldados morriam de fome e recomeçavam as desordens com os naturais e que não havia dinheiro para manter a Ribeira de Lisboa. Em 1607 o Tesouro voltaria a quebrar.»
António Borges Coelho, Os Filipes, p. 140
Ed. Caminho, Lisboa, 2015. História de Portugal, volume V