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Delito de Opinião

Leituras

Pedro Correia, 07.09.19

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«O trabalho liberta-nos de três calamidades: o aborrecimento, o vício e a necessidade.»

Voltaire, Cândido ou o Optimismo (1759)p. 164

Ed. Visão, 2016. Tradução de Maria Archer

4 comentários

  • Já entrou numa apartamento de um bairro social? Se sim, em quantos? Mesmo hoje fui a um barraco, que fica entre a Via Norte e uma antiga fábrica de fibrocimento, ali para São Mamede. Quase de certeza que recebem algum subsídio, ou assim o espero. Mãe do Céu, como o desejo.

    Nestas coisas passo - me, completamente.
  • Sem imagem de perfil

    Anónimo 08.09.2019

    Nunca vivi nestas condições, mas comecei por conhecer casebres do campo com "buraco" (em vez de w.c) e na cidade entrei em "ilhas" (sendo do Porto
    saberá o que são), mais tarde, em cubículos de águas furtadas na Ribeira, habitadas por famílias. Estudei até aos 17 anos no ensino público e os meus amigos nunca foram "betinhos". Alguns caíam na sala de aula de tão pedrados, outros afiançavam-me que tinham controlo sobre aquilo, até os ver em Sta. Catarina ou Cedofeita a mendigar. Passei ilesa por ter uma estrutura familiar robusta e, é verdade, sem problemas financeiros de maior, mas sempre procurei a autonomia e nunca fugi do trabalho.
    Tarde, quando finalmente tive um contrato e a possibilidade de contrair um crédito habitação, procurei um apartamento, e um dos primeiros que visitei foi justamente num bairro social.
    Acabei por de decidir por outro, um T0, num terceiro andar sem elevador, em edifício antigo. Quando tive possibilidade mudei.
    Não tenho carro e aos 45 anos faço toda a minha vida em transportes públicos.

    Não sei se acha que deva pedir desculpa por achar que o trabalho dignifica, mas é assim que penso.

    Isabel
  • A Isabel é uma mulher de armas.
    Claro que trabalhar é preferível a não fazer nada. E claro que em termos de sanidade mental trabalhar ajuda. Mas falávamos nos subsídios sociais. Sou a favor, Isabel, e considero uma injustiça tremenda quando se alude aos RSI, ou a outros, como explicação do descalabro financeiro/moral do país. É simplesmente ridículo, desumano, com o que hoje se sabe (banca, corrupção, etc) . A pobreza, a miséria, na maioria das vezes não é uma opção pessoal. É-se para ela conduzido, pela Escola que se frequenta, pelo "Bairro" onde nascemos, pelos amigos que fazemos, pelos exemplos que vemos, por outros mil e um factores "ambientais", externos a nós, que nos marcam a fogo durante os nossos anos de desenvolvimento (os anos de condicionamento psicológico) . Claro que há excepções, mas são isso mesmo, excepções. Para isso, julgo que contribuem os pais, ou outros exemplos que tomemos para nós , mas também a nossa maneira de ser, dependente, claro está, dos pais que tivemos,da sua herança genética, ou de alguns traços de personalidade, próprios, nossos, como a capacidade de formarmos uma carapaça aos riscos de fora. Essa carapaça que, felizmente, em dada altura da vida não deixou entrar quase nada, mas que noutra, mais adiantada, continua, desgraçadamente, a fazer o mesmo. A não deixar que nada entre, e a impedir que nada saia.

    Obrigado pelo testemunho
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