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Delito de Opinião

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 08.02.25

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Hoje lemos: Edmondo de Amicis, "Coração"

Passagem a L' Azular: "Lembra-te, Enrique: quando encontrares um velho, uma mulher com a sua criatura nos braços, um homem com muletas, um homem com carga nos ombros, uma família vestida de luto, cede-lhes a passagem com respeito. Devemos prestar especial atenção à velhice, à miséria, ao amor maternal, à doença, ao cansaço e à morte.”

É verdade sim. Devíamos nós povo, povos humanidade, governos a nível mundial, prestar mais atenção a quem sofre, porque é velho e sozinho, porque é doente e não pode pagar os tratamentos, porque vive num estado de pobreza e já desistiu de tentar reerguer-se, porque quer ter filhos mas não tem condições de os sustentar, ou porque tem filhos e não os consegue criar e depois é a miséria que se vê; porque devíamos reparar que há quem tenha quatro empregos só para pagar as contas, não sobra para comer e tem vergonha de ter fome; porque devíamos reparar que a morte social é mais doída do que a morte física. 

Não me considero melhor do que ninguém e sempre pensei que contribuo para mitigar algum desespero. Mas não. Não consigo reparar em tudo e acabo por não reparar em nada. A verdade é que quem  precisa, precisa sempre e quem dá, nem sempre consegue dar.  Nesta conjuntura, não podemos seguramente esperar muitos finais felizes.

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