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Delito de Opinião

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 05.02.25

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Hoje lemos: Markus Zusak, "Nada Menos do que um Milagre".

Passagem a L' Azular: “Como se sentissem o teatro a aproximar-se, os pombos chegaram do nada e entrincheiraram-se nos fios eléctricos. Estavam empoleirados em antenas de TV e, valha-nos Deus, até nas árvores. Havia também um único corvo, com penas grossas e rechonchudo, como um pombo disfarçado com uma gabardina.”

É por demais evidente que o corvo era um espião. Eles andam aí. Tal e qual como se diz na missa de valores mais altos, "eles estão no meio de nós". Pergunto-me amiúde o que será que andam por cá a espiar e não encontro grande resposta. Talvez as muitas escorregadelas dos governantes. Nos últimos anos tiveram pano para mangas nessa matéria. Quem sabe não foi um funcionário da limpeza na Assembleia da República (que afinal é um espião disfarçado) que encontrou os 75800 euros no gabinete do chefe de gabinete do primeiro ministro, as 17 malas no gabinete do ex-deputado do partido da "única e verdadeira alternativa" ou os documentos das criações do ex-secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território? Os tipos das diversas "inteligências" vêm em todas as formas, cores e feitios, por isso pouco me espanta. 

Por vezes fico a pensar se a minha gata, como o corvo, não será um espião. Tem um costume de muitos anos, de ficar a espreitar sorrateiramente à porta da casa de banho enquanto tomamos duche. É decididamente um espião ou então é grande fã de filmes de terror.

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