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Delito de Opinião

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 11.01.25

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Hoje lemos: Paul Murray, "A Picada da Abelha".

Passagem a L-Azular: “As pessoas imaginavam que os poemas eram coisas finas, disse ela, coisas com folhos, como guardanapos de renda. Mas, na verdade, eram como garras, como os espinhos de metal que os montanhistas usam para encontrar apoio na face íngreme de um glaciar. Ao escrever um poema, as poetisas podiam romper a superfície escorregadia e vazia da vida em que estavam encerradas, para a realidade apaixonada que pulsava por baixo dela. Em vez de caírem pela face íngreme, podiam içar-se, linha a linha, até finalmente chegarem ao topo da montanha. E então talvez, apenas talvez, possam, por um instante, ver o mundo como ele realmente é.”

Poesia pode ser bela e tenebrosa. Pode ter a leveza de um murro no estômago com punho de ferro. Pode atingir o clímax da mais crua derrota. Pode sussurrar o grito mais estridente. Pode ter a doçura de mil cálices de bile. Pode criar a destruição. Pode ter tudo, pode não ter nada e mostrar um vazio repleto de certezas incertas. 

O mundo sem poesia seria uma árida e triste Amazónia.

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