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Delito de Opinião

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 30.11.24

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Hoje lemos: Jenny Colgan, "A Livraria dos Finais Felizes".

Passagem a L-Azular: "Algumas pessoas enterravam os seus medos na comida e algumas na bebida, e algumas no planeamento de compromissos e casamentos elaborados e outros eventos da vida que ocupavam todos os momentos livres do seu tempo, para o caso de pensamentos desagradáveis ​​se intrometerem. Mas para ela, cada vez que a realidade, ou o lado mais negro da realidade, ameaçavam invadir, recorria sempre a um livro. Os livros eram o seu consolo quando estava triste; os seus amigos quando estava sozinha. Remendaram-lhe o coração quando estava partido e encorajaram-na a ter esperança quando estava deprimida."

Eu não sei como acontece convosco, sempre que se sentem mais em baixo (ou "azuis" se preferirem, apesar de eu me sentir sempre feliz de saber estar azul). Eu tenho as minhas coisas favoritas, que me ajudam a ultrapassar as fases menos boas da vida. Uma comida que me lembra a infância, uma bebida que me lembra a meninice, uma música que me lembra a adolescência, um agasalho que me lembra a maternidade, uns quantos filmes que me fazem sentir feliz entre lágrimas e sorrisos e todos os livros que li, e aos quais volto sempre que preciso de um carinho, porque somos velhos amigos, que se sabem acariciar e confortar mutuamente. Prefiro-os aos novos, que dizem muito, mas não lhes sinto a mensagem. Muitos já li oito, nove, dez vezes. Sei-os de cor. Somos e seremos sempre cúmplices no esforço de entender o presente.

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