Lápis L-Azuli
Hoje lemos: Vergílio Ferreira, "Aparição".
Passagem a L-Azular: “Estamos condenados a pensar com palavras, a sentir em palavras, se queremos pelo menos que os outros sintam connosco. Mas as palavras são pedras. As palavras são pedras, o que nelas vive é o espírito que por elas passa.”
Palavras faladas podem ferir e rapidamente se tornarem vazias, como os invólucros das balas, que depois de disparadas deixam de ter utilidade, não servem para coisa alguma senão para albergar um agente de destruição. As palavras podem ser destrutivas e construtivas e em ambos os casos, se podem tornar ocas depois de proferidas, depende da sensibilidade moral de quem as escuta. Palavras são apenas palavras e, no dizer de um génio, não são paus nem pedras, como tal não são supostamente armas de arremesso para atingir alvos, apesar de serem mais poderosas do que uma espada ou outra qualquer arma mortal, segundo a lógica floreada de outro génio.
Palavras, leva-as o vento. E trá-las também. O que seria de nós sem as palavras, a mais bela forma de expressão, a união entre os indivíduos da nossa espécie, que quando escritas se tornam profundas e imortais, e criam e interligam mundos?