Lápis L-Azuli
Hoje lemos: Dominique Lapierre e Larry Collins, "Paris já está a arder?".
Passagem a L-Azular: "Ofegante por causa da asma, acrescentou, com a voz fraca: "Vocês devem entender que o meu comportamento ao contar-lhes tudo isto pode ser interpretado como traição." Por alguns segundos a sala ficou silenciosa e ofegante no calor daquele meio-dia de Agosto. Então, escolhendo as palavras com muito cuidado, von Choltitz pronunciou uma frase final: "Porque", disse, "o que estou realmente a fazer é pedir aos Aliados que me ajudem..."
"Von Choltitz tinha encontrado uma forma de alertar os Aliados sobre o perigo que pairava sobre Paris e esperava fazê-los perceber que, pelo menos por enquanto, o caminho para Paris estava aberto. Quanto tempo permaneceria assim, não sabia. Se os reforços que lhe foram prometidos chegassem antes dos Aliados, a sua honra de soldado forçá-lo-ia a tentar fechar a porta de acesso ao caminho e defender Paris numa batalha de rua devastadora e destrutiva."
Foi traição, medo da guerrilha, altruísmo ou coragem que levaram o comandante oficial da Fortaleza de Paris e governador militar da cidade a ignorar as ordens de Berlim e não rebentar de vez com a cidade armadilhada? Uma ou todas as hipóteses? Outras talvez?
Se von Choltitz cumprisse escrupulosamente as ordens recebidas, seguramente a cidade de Paris, como hoje a conhecemos, não existiria. E se assim fosse, como é que poderíamos levar os miúdos à Disneyland? Nem quero imaginar...