Lápis L-Azuli
Hoje lemos: Joseph Heller, "Catch 22".
Passagem a L-Azular: “Foi milagroso. Ele percebeu que não era necessário qualquer truque para transformar o vício em virtude e a calúnia em verdade, a impotência em abstinência, a arrogância em humildade, a pilhagem em filantropia, o roubo em honra, a blasfémia em sabedoria, a brutalidade em patriotismo e o sadismo em justiça. Qualquer um poderia fazer isso; não exigia muito raciocínio. Simplesmente, não exigia carácter."
Ah, o carácter. Outra figura mitológica com semelhanças a uma quimera. Uma lenda antiga, daquelas que ainda povoam os contos de fadas, mas que deixou há muito tempo de se manifestar com equidade e isenção. O que sobrou são apenas sombras amorfas com pouca virtude, nenhum tacto, ocas e tristes, longe dos debates vibrantes e entusiasmados, onde não importava a cor e o credo, mas sim a garra. Estará tudo bem? Olhe que não.
(Imagem Google)