Lápis L-Azuli
Hoje lemos: Jack London, "O Apelo Selvagem".
Passagem a L-Azular: "Há um êxtase que marca o cume da vida e além do qual a vida não pode subir. E é tal o paradoxo da vida, que este êxtase surge quando se está mais vivo, e surge como uma completa alienação de se estar vivo.
Este êxtase, este esquecimento de viver, chega ao artista, apanhado e fora de si numa folha em chamas; chega ao soldado, num campo devastado, enlouquecido pela guerra e recusando quartel; e chegou a Buck, liderando a matilha, emitindo o velho grito de lobo, empurrando a comida que, estando ainda viva, fugia rapidamente diante dele sob o luar."
É verdadeiramente paradoxal que se esteja vivo e não se dê pela vida. A vida não é mais do que um dado adquirido. Acordamos vivos, vivemos, a vida passa e amanhã, hoje já foi ontem. São muito poucos os que acordam e se quedam a pensar como é que irão viver todas as 24 horas daquele dia da sua vida. A vida e o tempo são as duas metades da tal laranja, amigos que se completam inversamente. É fácil programar um dia da vida, dizemos, mas se pararmos para pensar no tempo de vida que perdemos com essa programação, concluímos que é preferível deixar fluir o subconsciente e vivermos todos os dias sem grande cogitação.
Envio os meus melhores votos de boas entradas no Novo Ano que está prestes a chegar à instituição que é o Delito de Opinião, a todos os autores, comentadores, leitores e visitantes. Que 2024 possa ser melhor do que o ano que irá terminar.
Bom Ano Novo.
(Imagens Google)