Lápis L-Azuli
Hoje lemos: Joël Dicker, "Os Últimos Dias dos Nossos Pais".
Passagem a L-Azular: “Não, isso não foi nada. Estou a falar do medo que te esmaga, que te faz dormir mal, viver mal, comer mal. Aquele que não te dá trégua. O verdadeiro medo é o dos caçados, dos perseguidos, dos rebeldes, o medo daqueles que têm que viver escondidos porque correm o risco de morrer mesmo que não tenham cometido nenhum crime. O medo de existir. O medo dos judeus.”
Viver com medo.
É legítimo ter opiniões. É lícito podermos expressá-las sobre tudo e todos, porque somos livres de dizer. Falamos sobre o que pensamos saber, porque formámos um ponto de vista que cremos sólido sobre tudo o que vimos, lemos ou ouvimos dizer. Sobre tudo aquilo que nos é informado subjectivamente por terceiros.
Mas e o que dizer de perorarmos objectivamente, porque experimentámos fisicamente? Porque estivemos lá e por isso o sentimos na pele?
Sobre isso não sabemos coisa alguma. Quem de nós nasceu e viveu com medo, com o tal medo que não dá trégua, e que nos acossa e agrilhoa o espírito de tal modo que nos faz recear a própria sombra?
Falar é fácil, quando nos cremos entendedores daquilo que nunca presenciámos para poder contar como foi.
(Imagem Google)