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Delito de Opinião

Lápis L-Azuli

Maria Dulce Fernandes, 04.11.23

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Hoje lemos: William Faulkner, " O Som e a Fúria".

Passagem a L-Azular: «Era o relógio do meu avô, e quando o recebi do meu pai ele disse-me: "Estou a dar-te o mausoléu de toda esperança e de todo desejo; é extremamente provável que o uses para lograr o reductio ad absurdum de toda experiência humana, que será tão pouco adaptado às tuas necessidades individuais quanto foi às dele, teu avô, e às do pai dele. Dou-te este relógio não para que te lembres do tempo, mas para que possas esquecê-lo por um momento de vez em quando e não gastes todo o teu fôlego tentando conquistá-lo. Porque jamais se ganha alguma batalha". Nenhuma batalha é sequer lutada. O tempo revela ao homem apenas sua própria loucura e desespero, e a vitória é uma ilusão de filósofos e néscios.»

"Reductio ad absurdum é usado para descrever um argumento no qual uma conclusão é derivada de uma crença que todos aceitarão como falsa ou absurda".

Ser escravo do tempo é uma realidade comum a todos. É o absoluto esfumar do tal controle que todos pensamos ter e que afinal ninguém tem, porque em boa conclusão é certo e sabido que quem manda é o tempo. É o nosso sobrano e nós não somos mais do que vassalos dos seus caprichos. Não há escape possível para as torturas do tempo, o stresse, o desgaste, a corrosão que nos inflinge. É ele quem escolhe o quando. Quando te formas de um pequeno grão de pó e quando lá voltarás numa batelada de grãos que se espalharão pelo éter para poluir o universo.

 

(Imagem Google)

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