Isto está perigoso.
A notícia de que a Coreia do Norte acaba de lançar um míssil (felizmente não armado) sobre o Japão é a confirmação do agravamento da tensão internacional na região, motivado pela estupidez de Trump. Qualquer pessoa inteligente percebe que o que não tem remédio remediado está e a Coreia do Norte há muito que constitui um Estado pária, completamente à margem do actual sistema internacional, que por isso pode ser ignorado, mas que é um autêntico suicídio tentar combater.
Contra a Coreia do Norte não servem condenações internacionais, e muito menos por resolução das Nações Unidas. A Coreia do Norte é o único país do mundo que travou com sucesso uma guerra contra as Nações Unidas, da qual não saiu derrotada. Por isso pode dar-se ao luxo de ignorar tudo o que na ONU se diga, limitando-se a qualificar as sua resoluções como uma nova declaração de guerra. E por isso as ameaças dos EUA são absolutamente irrelevantes para Pyongyang, de nada servindo os disparates que Trump tem vindo a dizer. Ou melhor, podem servir para lançar um mar de chamas sobre Seul, Tóquio e até Guam.
Steve Bannon, o estratega principal da eleição de Trump viu isso muito bem quando afirmou o seguinte: "Até que alguém resolva a parte da equação que mostra que 10 milhões de pessoas morrerão em Seul nos primeiros 30 minutos pelo uso de armas convencionais, eu não sei do que estão a falar, não há solução militar aqui. Eles apanharam-nos". Logo a seguir a estas declarações Trump demitiu Steve Bannon. Mais uma vez se demonstra, como no Frankenstein, que é muito fácil a criatura rebelar-se contra o criador. O pior é que isso pode provocar uma catástrofes de dimensões imprevistas. O mundo já tem um louco na Coreia da Norte. Só lhe faltava um monstro de Frankenstein na Casa Branca.