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Delito de Opinião

Instantes em sépia com capa de muitas cores (11)

Maria Dulce Fernandes, 16.06.19

Ser belo

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A beleza não é essencial à vista, diz o escritor, mas também é certo que o povo é sábio quando afirma que os olhos também comem... aliás as primeiras impressões, nem sempre são as mais correctas , mas são as que se encontram em primeiro lugar no pódium das considerações que tecemos durante a fugaz lonjura dos dias da nossas vidas.
 
Os teóricos do caos falam do efeito borboleta como o princípio de um encandear de situações que poderá levar à aniquilação total e de como a  fragilidade de uma simples variável adaptada a sistemas dinâmicos e complexos pode influenciar as não-linearidades do conhecimento.
 
Falo do efeito borboleta como um instável mas constante procurar pela exaltação do sublime, numa transformação do grotesco no belo, na apoteose da leve magnificência de um ser efémero que só deixa a suave marca da sua infinita beleza,  num mimetismo polifórmico num mar flutuante de cor.
 
Qualquer um é a lagarta que tece o casulo e se resguarda , que espera pacientemente na crisálida que da pupa  aconteça o imago, que aguarda resignadamente a lenta metamorfose, para num apoteótico clímax de fascínio, mostrar ao mundo o  encanto e a majestade em todo o seu esplendor.
 
É com borboletas no estômago e alegria na alma que nos deslumbramos com a grandiosidade do frágil encanto. Prende-se-nos o olhar e a respiração, sentimo-nos sufocar e deixamo-nos ir,  desvanecendo com os sentidos, enquanto uma voz do fundo dos tempos nos ecoa e aturde, como um alfinete embebido em éter " Quid pro quo, Clarice, quid pro quo".
 
 ( Foto da internet)

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