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Delito de Opinião

Insegurança e desconfiança

Pedro Correia, 06.07.20

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O Presidente da República, que já se tinha deslocado duas vezes aos Açores, em Janeiro e Junho, prometendo regressar em Agosto, dignou-se enfim dar um saltinho à Madeira. Talvez estimulado pelo facto de o social-democrata Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional madeirense, lhe ter chamado «bengala do Governo» e admitido concorrer contra ele daqui a seis meses, na próxima eleição para o Palácio de Belém.

Antes da terceira visita ao arquipélago liderado pelo socialista Vasco Cordeiro, Marcelo Rebelo de Sousa lá se dignou picar o ponto na Madeira, numa espécie de toccata e fuga que nem durou 24 horas na ilha descoberta por Gonçalves Zarco. Além de aplacar os ânimos de Albuquerque, que poderia contribuir para lhe reduzir a ansiada fasquia dos 70% na reeleição prevista para Janeiro, o Presidente terá procurado transmitir mensagens de «segurança e confiança» no combate ao Covid-19 em solo madeirense. Para encontrarem eco nos telediários do Reino Unido, que acaba de excluir o nosso país dos "corredores turísticos" deste Verão devido ao aparente insucesso português no combate à pandemia - notícia desastrosa sobretudo para regiões como o Algarve e a própria Madeira, onde os britânicos representam 17,9% das dormidas turísticas.

Iniciativa meritória, a de Marcelo. Duvido muito, no entanto, que obtenha sucesso. Imagino como o verá um inglês médio que observe as imagens dele no Funchal, falando às pessoas na rua sem nunca abandonar a máscara e forçando os demais membros da comitiva a comportarem-se da mesma forma para não parecer mal. Quem entre nós, se fôssemos britânicos, se sentiria seguro e confiante para fazer férias num sítio destes?

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