O 1º de Maio foi também o dia da morte de Ayrton Senna, um dia, a partir do qual, a Fórmula 1 nunca mais foi a mesma para uma infinidade de pessoas (onde eu me incluo). Hoje, em que se completam 25 anos sobre a tragédia, deixo-vos com as palavras de Lídia Paralta Gomes, que, na altura, tinha apenas seis anos, um exemplo do impacto que a morte deste carismático piloto teve na vida de muita gente (para ler o texto completo, clicar no link):
Quando o braço da direção do Williams de Ayrton Senna se partiu em dois e o carro do brasileiro bateu desgovernado no muro de cimento da curva Tamburello - nome que nunca mais me saiu da cabeça e que desde então associo a coisas terríveis -, a minha vida ficou virada do avesso. É um exagero, eu sei, mas tentem explicar a uma criança que o seu primeiro ídolo desapareceu, ainda por cima a fazer aquilo em que era o melhor, e mesmo que naquela altura não fosse de caras o melhor, continuava a ser o mais carismático, o mais talentoso, o mais mágico, o mais malandro, aquele que nos fazia a cada quinze dias, a mim e à minha família, ligar a televisão ao fim de semana pela hora do almoço, os únicos almoços em que estávamos juntos, para vermos o Grande Prémio, isto quando a Fórmula 1 ainda era assunto de canal aberto.
Ou de como peguei numa revista que guardávamos como um tesouro, uma dessas revistas do coração, como dizem os espanhóis, (...) e a esquartejei, porque queria guardar só para mim as últimas fotos de Senna a sorrir e de como isso ia provocando uma guerra civil no país do nosso quarto, meu e da minha irmã, que é cinco anos mais velha que eu e por isso viveu o 1 de maio de 1994 e os dias seguintes com muito mais violência. Colámos o que foi possível colar com fita-cola, ao menos aquele pedaço de Senna dava para salvar.
Imagem: Mike Hewitt