Hossanas de cor azul
O despacho de pronúncia do processo BES, que promete ficar na história judicial portuguesa, confirma a existência de diversos sacos azuis geridos pelo Grupo Espírito Santo, tornado associação de malfeitores.
Aguardo pelas revelações que serão produzidas no julgamento - e antes dele, como é costume, nas páginas dos jornais. Mas aquilo que mais curiosidade me suscita talvez não chegue a vir nas manchetes da imprensa: refiro-me ao alegado saco azul que distribuía prebendas a jornalistas munidos de título profissional e obrigados a cumprir com zelo o código deontológico deste ofício. Talvez não por acaso, durante anos, lemos e ouvimos loas a Ricardo Salgado impressas em letra de forma quase até ao dia em que caiu o seu império com pés de lama.
Basta ir à hemeroteca e confirmar: duas tardes chegam para o efeito. Alguns desses andam por aí, desancando agora naquele a quem entoavam hossanas.

