Homem ao mar!
Foi patético ver ontem as inúmeras reacções de júbilo ao não no referendo grego, com imensas pessoas a salientar que tinha sido uma vitória da democracia e da dignidade da Grécia. O meu primeiro pensamento foi logo: "Esperem pela pancada, que vai começar já às primeiras horas da manhã". Na verdade, o único político europeu que disse uma coisa acertada foi Martin Schulz, o líder do parlamento europeu que por acaso era o candidato dos socialistas a presidente da Comissão: "A Grécia vai precisar de ajuda humanitária". Efectivamente, o Syriza arrastou a Grécia para uma hecatombe cujas consequências vão começar a ver-se já de seguida.
Está à vista que a primeira vítima desta hecatombe foi o "clown" que o iluminado Tsipras resolveu escolher para seu Ministro das Finanças. Yanis Varoufakis, a estrela mediática, que ainda ontem se gabava de que, depois do não no referendo, poderia conseguir um novo acordo no eurogrupo em 24 horas, afinal nem mais um minuto teve para continuar no cargo. Pode agora regressar às suas aulas, que já conseguiu o seu lugar na história económica. Efectivamente, seguramente que daqui a muitos anos ainda se há de falar do desastre em que a sua teoria dos jogos fez cair o seu país. O que ele fez foi pôr a Grécia a jogar à roleta russa com uma metralhadora pesada.