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Hoje celebra-se a Quinta-Feira da Ascensão
"40 dias após a solenidade da Páscoa, celebramos a solenidade da Ascensão do Senhor
Nesta solenidade, a Igreja convida-nos a termos os olhos voltados para o céu, nossa Pátria definitiva. Como tão bem diz São Paulo: “Vós que ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas do alto, onde está Cristo (Col 3,1)”. Em nossa profissão de fé, rezamos que Jesus “subiu aos céus e está sentado à direita do Pai”. Por isso, na Ascensão, celebramos Jesus dando por completa a sua missão. Ele veio do Pai, revelou-nos o rosto Misericordioso do Pai, ensinou-nos a amar o Pai e a fazer em tudo a Sua Vontade. Ele cumpriu até o fim a missão que o Pai lhe confiou. Agora Ele volta para o Pai, após ter-nos ensinado a percorrer o caminho que nos levará de volta para Deus, e Ele próprio se faz ao caminho – “ninguém vai ao Pai, senão por mim” (Jo 14,6). Por isso, seguindo Jesus, que é o Caminho, a Verdade e Vida, chegaremos ao coração do Pai; sendo assim, como bem rezamos na liturgia: “A Ascensão do Senhor já é a nossa vitória”. Mas o caminho que leva de volta à glória do Pai passa pela cruz, pela capacidade da entrega da vida: “Quando eu for elevado na terra, atrairei todos a mim” (Jo 12,32) – a elevação de Jesus na cruz significa e anuncia a sua elevação ao céu."
A Ascensão de Cristo é o coroamento da sua Ressurreição. Quem acredita em Deus e acredita em Cristo, crê no divino e nos ensinamentos do homem. E tem fé.
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Dia 26 de Maio celebra-se a Quinta Feira da Espiga
"A Quinta-Feira da Espiga simboliza a excelência das forças da natureza, assumindo de forma clara os auspícios da Primavera. Designa-se como Ascensão, remetendo para a festividade religiosa, ou Espiga adquirindo um carácter pagão e intrinsecamente ligado ao ciclo da natureza. É nesta data que se comemora o “dia da espiga” ou “quinta – feira da espiga”, que as pessoas vão para o campo apanhar espigas de vários cereais e flores campestres para formar um ramo, designado de espiga. Tradicionalmente, o ramo deve ser guardado algures dentro de casa e só poderá ser substituído por um novo no dia da espiga do ano seguinte. As diversas plantas que compõem o ramo têm um valor simbólico profano e religioso:
Alecrim ou rosmaninho = saúde e força
Raminho de oliveira = azeite e paz
Este hábito, mais comum no centro e sul de Portugal, pode ter nascido de um antigo ritual cristão de bênção aos primeiros frutos. No entanto, pela sua forte ligação com a natureza, julga-se poder recuar ainda mais no tempo e ligá-lo a antigas tradições pagãs associadas às festas da deusa Flora (deusa das flores na mitologia romana) que se realizavam por esta altura do ano."
Festa pagã associada à deusa romana, foi como tantas outras absorvida pelo Cristianismo, sendo celebrada no mesmo dia em que se celebra a Ascensão de Cristo.
Ter um ramo de espiga significava " pão e prosperidade".
Fui muitas vezes, quando era miúda, com a minha Tia Adelaide pelos campos da Outurela apanhar espiga, com as "raparigas" da idade dela, tudo velhotas alegres e cantadeiras.
" Combinámos ir à espiga
Quinta feira da Ascensão
Combinámos ir à espigaQuinta feira da Ascenção
Combinámos , mas não fui
Assim em combinação
Era a meias o farnel
Davas o vinho eu o pão
Mas se quebraram as meias
E foi-se a combinação
Mas se quebraram as meias
E foi-se a combinação
Agora até tu te zangas
Mangas, fazes caras feias
Agora até tu te zangas
Mangas, fazes caras feias
Mangas da combinação
E mangas das próprias meias
Mangas da combinação
E mangas das próprias meias"
Em casa fazíamos e atávamos os molhinhos e cada uma levava o seu. Enquanto a Tia Adelaide foi viva, nunca me faltou espiga em casa. Depois desapareceu durante um tempo e agora a tradição foi reavivada e até já se vendem aos molhos nas grandes superfícies comerciais.