De Alexandre Carvalho da Silveira a 25.11.2015 às 18:26
A Reforma Agrária levada a cabo pelo PCP e só possivel graças à ajuda dos militares revolucionários, foi um dos maiores embustes e simultaneamente uma das páginas mais negras da história recente do Alentejo. Entre outras por uma razão e na minha opinião que vivi o "fenómeno" por dentro, a mais importante: o PCP ocupou e em muitos casos destruíu as legitimas propriedades alheias, para se apropriar delas.
Criou umas organizações a que chamou "Secretariado das UCPs e Cooperativas Agricolas", uma em cada distrito do Alentejo, dirigidas por funcionários do partido, que controlavam toda a gestão das propriedades ocupadas; eles é que compravam, vendiam, decidiam quando e o que é que se semeava aonde, a maior parte das vezes erradamente, p. ex. não se pode semear trigo em terrenos sem um minimo de aptidão para tal e eles semeavam trigo até em cima das pedras.
A verdade é esta: os trabalhadores agrícolas não ganharam nada com a reforma agrária, salvo algumas excepções como os dirigentes das UCPs que conseguiam fazer alguns negócios "por fora" e fizeram verdadeiras fortunas. É publico que ao célebre Zé Luís, lider da UCP 1º de Maio de Aviz, foi encontrada uma conta num banco em nome dele com 180 mil contos, 900 mil euros em moeda actual.
Suponho que não os deve ter herdado.
Não está devidamente estimado quanto é que esta "conquista de Abril" custou à economia portuguesa, mas sabe-se quanto é que o novo ministro da Agricultura pagou com dinheiro dos contribuintes no tempo do governo Guterres em indemnizações aos agricultores alentejanos lesados: mais de 300 milhões de contos, 1500 milhões de euros, e em muitos casos não chegou nem para pagar o gado que desapareceu durante o tempo em que as propriedades estiveram ocupadas.
As propriedades que foram ocupadas em pouco mais de um ano, demoraram em muitos casos 5, 7, 10, 15 anos a serem devolvidas. Algumas, em casos extremos, demoraram mais de 20.
A Reforma Agrária comunista, foi um verdadeiro crime do qual o PCP nunca foi responsabilizado.