Gripe (1)

Sobre isto da gripe também aparecem os moralistas, a criticarem(-nos) porque só nos preocupamos quando as coisas (o vírus) nos bate à porta, assim imorais vamos, pois desvalorizando o prévio sofrimento dos pobres chineses, o dos refugiados em Itália, até mesmo o dos próprios italianos. Somos uns egoístas, só pensamos em nós, desprezando os "outros" (sejam lá quem estes forem).
Impaciento-me sempre com moralistas, ainda mais com estes, óbvios sucedâneos intelectualóides e burguesotes do velho internacionalismo proletário. E diante destes choradismos sempre resmungo com isto da humorística ("g'anda") "melga", que tantos usam para risotas. Pois a malária mata imenso, outros pobres "outros". E não vejo quem verdadeiramente se preocupe com isso, a dita malária. Ou mesmo depure o linguajar, abdique da piadola com o maldito mosquito. Pois não lhes bate em casa, a tal melga assassina.
Não que eu seja purista, gozo com o bicho apesar de já quase ter morrido (por incúria minha) com a doença. E por isso digo que estes apatetados moralistas são uma G'anda Melga. Pois fazem e sentem exactamente o que tão ufanos vêm criticar. Calai-vos. Parvos.

