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Delito de Opinião

Governar à Costa

Pedro Correia, 12.05.21

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Segunda, 10 de Maio (manhã)

155 imigrantes impedidos de atravessar a cerca sanitária nas freguesias de São Teotónio e Longueira-Almograve para trabalhar em Odemira. Dezenas destes trabalhadores chegaram a fazer testes rápidos à Covid-19, na berma da estrada, com a GNR a assistir. Mesmo assim, foram impedidos de avançar pela burocracia estatal: faltava cumprir uma alínea do despacho n.º4697-A, de 2021, do ministro da Administração Interna e da ministra da Saúde - em vigor desde o dia 8 - que obriga as entidades empregadoras a comunicar a lista de trabalhadores à Direcção Regional da Agricultura do Alentejo, que por sua vez deve remetê-la GNR... que já estava no local. Pormenor fundamental: sem trabalhar, estes imigrantes não recebem salário.

 

Segunda, dia 10 (tarde)

O presidente da Câmara Municipal de Odemira e os presidentes das duas juntas sob cerca sanitária contestam todo este processo, considerando-o absurdo. José Alberto Guerreiro exige o «fim imediato» daquela cerca. Lembrando que aquele concelho é o mais testado do País e está hoje abaixo dos 240 casos por cem mil habitantes.

 

Terça, dia 11

O primeiro-ministro reúne um "Conselho de Ministros electrónico" e altera a agenda oficial ao início da tarde para se deslocar a Odemira, onde anuncia o fim da cerca sanitária naquelas freguesias. As restrições à circulação no concelho são levantadas a partir da meia-noite.

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