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Delito de Opinião

Fora da caixa (6)

Pedro Correia, 11.09.19

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«Nós agora propomos passar para um ano a licença de parentalidade.»

Assunção Cristas, em entrevista à TSF/DN (27 de Julho)

 

O CDS apresenta nesta campanha legislativa, entre outras medidas emblemáticas, o alargamento para doze meses da licença parental, podendo até ser extensiva a partir de certa altura aos avós. Isto porque, segundo Assunção Cristas, «é o que acontece nos países nórdicos, é o que acontece nos países com melhores índices de fecundidade».

Parece uma proposta meritória. E um louvável acto de contrição do CDS, que noutros tempos remou na direcção contrária, opondo-se à introdução desta medida num pacote de alterações à legislação laboral anunciado pelo Executivo de José Sócrates.

«Estender a licença até aos 12 meses pode causar algum susto aos empregadores, que podem retrair-se de contratar jovens em idade de ser pais. Por outro lado, penaliza os trabalhadores no sentido em que dificulta a sua progressão na carreira», objectou o deputado centrista Mota Soares, em declarações à agência Lusa, a 22 de Abril de 2008.

O que diriam então esses próceres do CDS da proposta que o próprio partido agora anuncia? Teriam talvez um «enorme susto», para utilizar um léxico hoje fora de moda no Largo do Caldas. Mudam os ventos, mudam as promessas. Ainda que alguns dirigentes do partido sejam os mesmos onze anos depois.

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