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Delito de Opinião

Fim de semana (9)

Pedro Correia, 24.10.21

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É um passeio diferente. Aproveitando este prolongamento de Verão de que temos beneficiado e a bela paisagem que se rasga aos nossos olhos ali onde o Tejo desagua no vasto Atlântico. Um passeio fluvial e marítimo em simultâneo. A rondar o histórico baluarte do Bugio, ali erigido no século XVII por ordem de D. João IV, aproveitando um banco de areia existente na barra do rio, no quadro mais vasto das fortificações implantadas na zona de Lisboa - e de que a mais emblemática é a Torre de Belém.

Reza a tradição que o Forte de São Lourenço do Bugio foi inspirado no majestoso castelo de Santo Ângelo, em Roma, situado junto à Cidade do Vaticano.

No topo da fortaleza circular, que já serviu de caserna e presídio, existe um farol igualmente muito antigo, que até à década de 80 exigia presença humana em permanência. Hoje a iluminação está automatizada e é alimentada por energia solar, mantendo-se o seu papel vital no apoio à navegação.

Noutros tempos, em certas épocas do ano, o Forte era procurado em épocas de maior assoreamento do Tejo, sobretudo por residentes da Cova do Vapor, que assistiam à missa na capela setecentista lá existente e agora virtualmente abandonada. Tudo mudou: hoje só elementos da Marinha, em regra, têm autorização para ali desembarcar.

Infelizmente, por isso só é possível rondar o ilhéu - e não desembarcar. Assim se desperdiça um lugar de inegável valor histórico e cultural hoje sob a tutela de várias entidades. Incluindo a Direcção de Faróis, a Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais e a Administração do Porto de Lisboa, além de duas câmaras municipais - a de Almada e a de Oeiras.

Seria muito útil a abertura do local a deslocações periódicas - desde o âmbito escolar às visitas turísticas. Enquanto isso não acontece, podemos sempre fazer o que já fiz: contornar o ilhéu e contemplar Lisboa vista dali. É um panorama único. Vale a pena embarcar: é uma pequena viagem que perdura na memória.

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