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Delito de Opinião

Figura nacional de 2019

Pedro Correia, 02.01.20

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D. JOSÉ TOLENTINO MENDONÇA

Pela primeira vez numa década, uma personalidade da Igreja portuguesa surge em destaque no balanço anual do DELITO DE OPINIÃO. Cabe a distinção ao padre-escritor José Tolentino Mendonça, que a 1 de Setembro foi designado cardeal pelo Papa Francisco. Passou a fazer parte do restrito núcleo de 224 cardeais hoje existentes no mundo - apenas 124 dos quais com capacidade eleitoral, por terem menos de 80 anos. Podendo eleger, pode também ser eleito num dos conclaves à porta fechada na Capela Sistina.

«Arrisco que chegará a Papa. Dificilmente na próxima eleição, mas é um jovem», observou um dos nossos colegas de blogue no processo de votação. Na mesma linha, uma colega justificou votar nele «pela projecção internacional e porque lhe prevejo grandes voos futuros». D. José Tolentino, que recebeu as novas insígnias a 5 de Outubro, tem 54 anos: é de facto um jovem, pelos padrões médios do colégio cardinalício da Santa Sé.

Este foi o segundo ano consecutivo em que mereceu destaque noticioso. Em Junho de 2018, por escolha pessoal do Papa Francisco, havia sido nomeado arquivista do Arquivo Apostólico do Vaticano e bibliotecário da Santa Sé, passando a tutelar a mais antiga biblioteca do mundo, com 85 quilómetros de estantes. No mês seguinte era ordenado bispo.

Nascido em Machico, na ilha da Madeira, José Tolentino distinguiu-se como teólogo, professor universitário, pároco no Funchal e em Lisboa, director do curso de Teologia da Universidade Católica e membro do Conselho Pontifício para a Cultura. É autor de vários livros de poesia, ensaio e teatro. Foi distinguido com o Prémio Cidade de Lisboa de Poesia (1998), o Prémio Pen Club de Ensaio (2005), o Grande Prémio de Poesia Teixeira de Pascoaes APE (2016) e o Grande Prémio APE de Crónica (2016), entre outros.

 

O novo cardeal recebeu oito dos 24 votos recolhidos no nosso "colégio eleitoral". Na tradicional escolha de fim de ano feita pelos autores do DELITO, o segundo posto para Figura Nacional de 2019, com cinco votos, coube a Joacine Katar Moreira, recém-eleita deputada do partido Livre.

Outro deputado estreante, André Ventura, recolheu três votos - tantos como o primeiro-ministro António Costa, vencedor das legislativas de Outubro, e o treinador Jorge Jesus, que levou o Flamengo à conquista do campeonato brasileiro e da Taça Libertadores, o mais importante troféu futebolístico do continente americano.

 

Houve ainda dois votos solitários. O primeiro em António Guterres, pelo seu «desempenho ecologista» como secretário-geral da ONU, e o segundo em Mário Centeno, o ministro das Finanças responsável pelo primeiro excedente orçamental em democracia e também pela maior carga fiscal de que há registo no País.

 

Figura nacional de 2010: José Mourinho

Figura nacional de 2011: Vítor Gaspar

Figura nacional de 2013: Rui Moreira

Figura nacional de 2014: Carlos Alexandre

Figura nacional de 2015: António Costa

Figura nacional de 2016: António Guterres

  Figura nacional de 2017: Marcelo Rebelo de Sousa

Figura nacional de 2018: Joana Marques Vidal

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