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Delito de Opinião

Figura nacional de 2017

Pedro Correia, 03.01.18

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MARCELO REBELO DE SOUSA

Podia ter sido no ano passado, quando foi eleito Presidente da República logo à primeira volta, por margem muito expressiva, mas acabou por ser apenas em 2017: Marcelo Rebelo de Sousa é a Figura Nacional do Ano, assim designado pelos autores do DELITO DE OPINIÃO no nosso já tradicional escrutínio destinado a destacar as pessoas, os acontecimentos e as frases que marcaram os 365 dias que ficaram para trás.

Na nossa opinião maioritária, Marcelo tem redefinido de forma positiva os poderes presidenciais consagrados na Constituição, como ficou patente no seu envolvimento directo com as populações em sofrimento na tragédias dos incêndios que tiveram expressão máxima a 17 de Junho, primeiro, e nos dias 15 e 16 de Outubro, depois. «Uma radical mudança de estilo no exercício do cargo em que foi investido», como sublinhou um dos 24 participantes nesta escolha, de um total de 31 potenciais votantes.

Não faltou quem lembrasse a importante comunicação ao País feita por Marcelo a 17 de Outubro, em Oliveira do Hospital - um dos cenários da tragédia dos fogos. «A melhor, se não única, forma de verdadeiramente pedir desculpa às vítimas de Junho e de Outubro, e de facto é justificável que se peça desculpa, é por um lado reconhecer com humildade que portugueses houve que não viram os poderes públicos como garante de segurança e de confiança, e por outro lado romper com o que motivou a fragilidade, ou motivou o desalento ou a descrença dos portugueses. Quem não entenda isto — humildade cívica e ruptura com o que não provou ou não convenceu — não entendeu nada do essencial que se passou no nosso país.» Palavras na altura proferidas pelo inquilino de Belém.

 

Marcelo recebeu dez votos neste escrutínio do DELITO. Em segundo lugar, com sete, ficou o ministro das Finanças: Mário Centeno foi destacado pelos bons resultados alcançados sob a sua batuta (menor défice das contas públicas em democracia, saída de Portugal do procedimento por défice excessivo, diminuição do desemprego, crescimento acima da média comunitária) e também por ter sido eleito, já no fim do ano, como presidente do Eurogrupo - função que começará a desempenhar a partir de Janeiro.

Na terceira posição, com três votos, ficou Salvador Sobral, que em 2017 passou de quase desconhecido para celebridade não apenas no plano nacional mas internacional ao conseguir a primeira vitória em língua portuguesa no Festival da Eurovisão. Mérito inteiro dele, e do tema musical composto pela irmã, Luísa Sobral: Amar Pelos Dois foi uma das canções do ano à escala internacional, cantada até por muita gente que não conhecia o nosso idioma.

Houve ainda dois votos em Cristiano Ronaldo, que pela quinta vez se sagrou melhor futebolista do mundo, novamente em acesa competição com o argentino Lionel Messi. E votos solitários no primeiro-ministro António Costa e em Nádia Piazza, a corajosa presidente da Associação das Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande, mãe de um filho de cinco anos morto nesta tragédia que enlutou o País.

 

Figura nacional de 2010: José Mourinho

Figura nacional de 2011: Vítor Gaspar

Figura nacional de 2013: Rui Moreira

Figura nacional de 2014: Carlos Alexandre

Figura nacional de 2015: António Costa

Figura nacional de 2016: António Guterres

 

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