Feminista, com muito orgulho
Não sei quando comecei a dar atenção ao Dia Internacional da Mulher. Talvez no início da adolescência. Mas já na infância sabia que havia dois pesos e duas medidas, uns pró menino, outros prá menina e não gostava. Posso, portanto, dizer que antes de saber o que era o feminismo já era feminista. Não precisei de seguir nenhuma cartilha. Foi o meu próprio sentido de justiça que me guiou onde até hoje me encontro: do lado dos que defendem a igualdade de direitos e oportunidades para homens e mulheres.
Tenho a sorte de ter nascido no século XX e no ocidente, mas se o 8 de Março serve para alguma coisa é para ter bem presente até que ponto o mundo ainda é um lugar atroz para a maioria da população feminina. A meu ver isso devia ser o bastante para que ao menos entre as mulheres o apodo "feminista" não fosse incómodo ou controverso. Eu continuarei a ser feminista até ao dia em que não houver motivo para levantar essa bandeira. Desconfio que isso não acontecerá no meu tempo, mas quem sabe a minha filha ou as minhas netas, se um dia as tiver, possam falar deste tema como coisa do passado. Quando acontecer, terá valido a pena as gerações que as precederam nunca terem desistido de lutar por esta ideia tão saudável que é a da paridade entre sexos.