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Delito de Opinião

Faltam bombeiros no SNS e urologistas nos incêndios

Sérgio de Almeida Correia, 22.08.24

Durante meses, anos, li, vi e ouvi cascar forte e feio na herança deixada pela governação socialista. E cascavam bem. Com razão.

Eu também cascava. E de tal modo que aquele senhor que chegou a Lisboa com o anti-ciclone dos Açores, devido a um pequeno problema de literacia, me colocou do lado das baixas. 

Eram hospitais e centros de saúde insuficientes, urgências fechadas, médicos ausentes, enfermeiros em fuga, um Serviço Nacional de Saúde que não dava respostas, grávidas que pariam em todas as esquinas menos nas maternidades.

Na Administração Interna era um pavor. Nunca havia meios aéreos suficientes, faltavam bombeiros. O país ardia. Perderam-se vidas e bens sem qualquer justificação.

Chegou depois o governo do Ribadouro, aquele que temos, e que iria resolver todos os problemas e mais alguns.

Medidas em barda. Promessas ainda mais. Programas para sessenta dias. Uma alegria.

Bastou chegarmos a Agosto. Abrir os jornais e ouvir as responsáveis por esses dois ministérios botarem faladura.

Não há soluções milagrosas, eu sei, mas ao ver o Professor Marcelo no areal de Monte Gordo, o presidente do Governo Regional da Madeira descansado e em banhos no Porto Santo, enquanto a Madeira arde e o seu aeroporto, os ventos e o fogo ganham repercussão internacional, em texto e imagens, refugio-me a escutar, quase diariamente, as ministras da Saúde e da Administração Interna.

A forma segura, cândida e tranquila como estas almas enfrentam os problemas nas suas áreas de acção, estou certo que darão a Luís Montenegro motivos mais do que suficientes para sorrir e estar amplamente satisfeito com as suas escolhas.

Importa é que agora sejam abertos concursos para contratar mais uns urologistas para combater os incêndios.

E, talvez, também para mais uns bombeiros. Para a Saúde. A ver se estes resolvem os problemas das escalas, dos constrangimentos, das urgências, das más interpretações. Enfim, a ver se colocam ordem no caos do SNS e se não continuamos a ir de trapalhada em trapalhada, como aconteceu com os antecessores.

Já quanto às "pessoas que menstruam"... este é um problema para a jovem Balseiro e o deputado Vitorino se entenderem.

Não sei se o Acordo Ortográfico de 1990 e o primeiro-ministro lhes darão alguma pista. Às vezes, como dizia um amigo meu, é só trocar a ordem das letras. Nada de grave. Se já se come com as mãos, se escreve com os cotovelos e se fala com os pés, alguma solução há-de haver. 

Não tarda e todo este cenário descrito há meses pelo Sarmentinho, incluindo o da dívida externa, a atingir valores astronómicos, estará resolvido.

Do arrivismo, escreveu um dos meus preferidos, que "junta a ausência de carácter à ausência de princípios", estamos nós bem protegidos com a gente que temos na política.

Estávamos antes e continuamos agora.

Bem-haja a todos. E continuação de boas férias.

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